23.4.04

Crise de Falluja: Bebê Nasce em Caminhão Enquanto a Mãe Foge de Falluja



Bebê Mohammed – Deixando o caminhão no qual nasceu

Enquanto a violência e o terror tomaram conta e cercaram a cidade de Falluja no Iraque, Sadiyya, uma mulher grávida mãe de duas crianças, ficou extremamente desesperada para colocar seus filhos a salvo.

Os médicos e parentes avisaram à mulher em avançado estágio da gravidez para não viajar – mas os bombardeios se intensificaram e ela ficou determinada a partir.

O Medo de uma Mãe

“Eu também estou em pânico pela segurança de minhas crianças,” disse ela à equipe de Islamic Relief (*) enquanto a ajudavam a subir na traseira de um dos seus caminhões.

Os caminhões eram parte de um comboio que tinha acabado de levar ajuda de emergência para Falluja. Na viagem de volta os caminhões foram usados para evacuar 30 famílias, a maioria mulheres e crianças, fugindo da violência.

Confiança em Deus

Deixando o seu marido para trás em Falluja, Sadiyya planejou levar seus filhos para a segurança relativa nos arredores de Bagdá embora ela não tivesse idéia de onde ela ficaria aquela noite.

Quando perguntada sobre onde ela encontraria abrigo, Sadiyya respondia, “Eu não tenho parentes em Bagdá, mas Allah é grande e Ele não nos abandonará”.

Estrada para Bagdá

A viagem de mais ou menos 50 Km não era longa, mas perigosa. O membro da equipe do IR, Hashim Hassan relembrou a tensão a bordo do caminhão. “A situação era terrível uma vez que esperávamos ser atingidos a qualquer momento,” ele disse.

Foi nesse momento que o bebê de Sadiyya escolheu para vir a esse mundo. O trabalho de parto tirou a mente de todos da ameaça imediata.

“O parto aliviou algumas de nossas preocupações uma vez que toda a nossa atenção foi direcionada para a mãe e a criança,” acrescentou Hassan.

Em algum lugar na estrada para Bagdá, o bebê Mohammed nasceu e foi envolvido em um brilhante cobertor cor de rosa.

Recepção Calorosa

Quando o caminhão levando o bebê recém-nascido e as 30 famílias entrou em Bagdá eles foram saudados por uma multidão insistindo que eles parassem, e convidando a todas as famílias desalojadas a se tornarem seus hóspedes.

Quando as pessoas souberam sobre o nascimento do bebê Mohammed, um homem imediatamente se prontificou a levar a mãe e a criança para o hospital.
“Allah ouviu as nossas súplicas,” disse Sadiyya enquanto era ajudada a descer do caminhão.

Buscando Abrigo

Mais de 120.000 fugiram da cidade de Falluja durante o ataque militar, alguns encontraram abrigo com parentes, enquanto a maioria foi alojada pelos residentes de Bagdá, que tem demonstrado uma generosa hospitalidade com seus compatriotas iraquianos.

Os escritórios do Islamic Relief foram inundados com doações de alimentos e medicamentos de pessoas comuns em Bagdá, ansiosas para compartilhar o que quer que puderam poupar do pouco que tem.

(*) Islamic Relief - Tradução aproximada: "Assistência Islâmica"

Notícia original em inglês

Emancipando as Mulheres Sauditas

Por Abid Khazindar • Okaz

Relatórios recentes sugerem que o ministro do comércio aboliu a pré-condição requerindo que todas as mulheres desejosas de fazer negócios no país tenham um guardião masculino para representá-las com as autoridades. Também foi dito que o ministro retirado uma outra condição de que as mulheres devem ter um fiador financeiro que seria responsável no caso das mulheres falharem em cumprir suas obrigações financeiras.

A atitude foi saudada como sendo um desenvolvimento maior na direção de dar poder às mulheres sauditas e encorajá-las a desempenhar um papel mais ativo na economia do país. Ela também deve ajudar a liberar algo em torno de 90 bilhões de reais sauditas mantidos pelas mulheres sauditas nos bancos locais, um passo que pode dar um grande impulso às atividades de negócios.

As implicações da decisão não são confinadas àpenas às mulheres desempenharem um papel mais proeminente na economia nacional, mas também sinalizam para uma liberação das mulheres. Muitas mulheres viveram em uma virtual servidão sob o controle dos guardiãos homens, que frequentemente abusam de sua autoridade de modo a forçá-las a termos duros que amontam à extorsão. A prática levou ao quase desaparecimento de tais virtudes como integridade e honestidade de nossas vidas e era a razão maior por trás da relutância das mulheres em se envolverem em comércio e negócios. Metade da sociedade foi portanto mantida à margem e negada oportunidades de fazer contribuições significativas na construção da nação em um tempo em que bilhões de ryals estavam fechados em bancos, negando à economia uma riqueza em muito necessária.

A atitude deve permitir às mulheres serem capazes de trabalharem em setores que tem estado fora de seus limites. Elas tradicionalmente tem sido confinadas ao ensino, supervisão de negócios de confecção e salões de beleza. A competição em um setor tão pequeno tem crescido e se tornou tão intensa que muitas foram forçadas a sair dos negócios.

A decisão de abolir as posições do guardião e do fiador foi seguida por outro passo encorajador. O Ministério do Comércio concedeu licença a um número de mulheres para se engajarem em atividades tais como empreiteiras, área de serviços e consultoria. Mais licenças estão a caminho de forma que as mulheres trabalharão em tradução, advocacia e engenharia.

O que o ministro fez foi reviver uma velha tradição pela qual as mulheres nas aldeias e pequenas cidades trabalhavam em um número de empregos incluindo o cultivo, criação de animais e a venda de bens em mercados locais. Algumas delas eram vendedoras viajantes que faziam viagens de dias batendo de porta em porta. Esperamos que o renascer dessas tradições ajudarão a acelerar o desenvolvimento e o progresso do país.

Notícia original em inglês

20.4.04

Eternal Egypt, o mais completo site sobre história egípcia

Biblioteca on-line foi criada pela IBM e pelo governo do país árabe ao custo de três anos de trabalho e US$ 2,5 milhões, e fornece um rico acervo multimídia para os curiosos a respeito dessa cultura de 5 mil anos, sejam eles amadores ou profissionais.

Alexandre Rocha

São Paulo – Se você é do tipo que gosta dos documentários do Discovery Channel ou da revista National Geographic, então vai adorar o site Eternal Egypt, lançado recentemente, que traz informações sobre 5 mil anos de história egípcia e é, provavelmente, a mais completa biblioteca on-line sobre o assunto.

Se é que ele pode ser chamado de biblioteca, pois além do extenso material escrito em inglês, francês e árabe, o site é totalmente interativo. É possível ver fotos de vários locais, monumentos, artefatos, etc., fazer visitas virtuais ao túmulo de Tutancâmon e ao complexo templário de Luxor, ver animações sobre as pirâmides, imagens panorâmicas de sítios históricos, assistir a vídeos e até dar uma de Big Brother e ver imagens em tempo real de alguns desses lugares.

O site oferece uma série de ferramentas de navegação, como um mapa do Egito, que mostra os principais locais de interesse, uma linha do tempo, seleção por tópicos, entre outras. Para o navegador iniciante, o melhor é escolher o “tour” guiado que dá uma geral em todos os recursos disponíveis.

É possível obter informações completas sobre cada item de interesse. Por exemplo, saber que um modelo inacabado da cabeça da rainha Nefertiti que está exposto no Museu Egípcio no Cairo foi confeccionada em quartzito e segue o estilo artístico do “Novo Reino”.

Ou que a máscara dourada (mortuária) de Tutancâmon é uma reprodução fiel do rosto do jovem rei, fato que, segundo a crença da época, permitia à alma do morto reconhecer seu corpo mumificado, o que possibilitaria sua ressurreição. Textos explicativos acompanham e contam a história de cada peça.

Ao acessar os links para as pirâmides de Gizé é possível confirmar, o que o leitor já deve saber, que a Pirâmide de Khufu (a Grande Pirâmide) é última das sete maravilhas do mundo antigo que ainda resta. O internauta fica sabendo também que o rei Khufu governou de 2.574 a 2.550 A.C. durante a quarta dinastia do “Antigo Reino”.

Ramsés II, por sua vez, reinou no Egito por 67 anos, fez a guerra com os Hititas e depois a paz e se casou com uma princesa do reino ex-rival. Ele foi também o construtor dos templos de Abu Simbel, entre outros. Além de ler os textos, é possível ouvir explicações em áudio sobre os artefatos, locais e fatos históricos.

Parceria

O Eternal Egypt é resultado de uma parceria entre do Centro de Documentação Cultural e da Herança Natural do Egito (CultNat), órgão do governo egípcio, e a IBM. Sua elaboração consumiu três anos de trabalho e um investimento de US$ 2,5 milhões.

Como o site é rico em recursos multimídia é bom acessá-lo de um computador com razoável poder de fogo. As configurações mínimas recomendadas são um processador Pentium III ou superior e uma conexão de internet banda larga, ou discada, porém rápida. Os sistemas operacionais que podem ser usados são Windows 95 ou superior, Mac 9, ou OS X. São necessários ainda os “plugins” Flash Player, Macromedia Shockwave e Quick Time Player.

Serviço

Eternal Egypt

Para pegar os plugins
www.quicktime.com
www.macromedia.com

Fonte: ANBA

Feira de carreiras dos Emirados Árabes cresce 35% e atrai mais empresas

Evento terminou na última quinta-feira (8). "Esses dados mostram a percepção dos executivos de que é importante contratar os principais talentos do país", afirmou Asma Al Sharif, diretor-executivo do Dubai World Trade Centre, local onde ocorreu a feira.

Da redação*

Dubai (Emirados Árabes) - Terminou na última quinta-feira (8) a edição de 2004 da Careers UAE, feira de carreiras que acontece anualmente nos Emirados Árabes Unidos. Desta vez, o espaço de exposição do evento cresceu 23%, para 3,2 mil metros quadrados, o que mostra, segundo os organizadores, o aumento do interesse das empresas em contratar empregados do país.

"Também houve elevação, de 4,3%, do número de expositores, que chegou a 122", afirmou Asma Al Sharif, diretor-executivo do Dubai World Trade Centre, local onde ocorreu a feira. "Esses dados mostram a percepção dos executivos de que é importante contratar os principais talentos do país", acrescentou.

São parceiras da feira a Universidade de Tecnologia dos Emirados, a Zayed University e a Autoridade de Emprego e Desenvolvimento de Recursos Humandos do país (Tanmia, na sigla em inglês). O objetivo dos expositores é selecionar estudantes recém-saídos das faculdades e também profissionais com alguma experiência no mercado de trabalho. Segundo Al Sharif, cerca de 50% dos expositores vêm da iniciativa privada.

As companhias também buscam cumprir suas cotas de "emiratização". Isso porque o governo dos Emirados exige que as empresas instaladas no país mantenham um número mínimo de empregados nacionais, que varia de acordo com o ramo de atividade.

Na edição de 2003, mais de 14 mil candidatos e visitantes marcaram presença na feira, um aumento de mais de 50% em relação ao público do ano anterior. Muitos expositores informaram que chegaram a coletar de 40 a 50 currículos por dia.

Discutir educação

Além da distribuição de currículos, por parte dos candidatos, e da busca por novos profissionais, pelas empresas, a feira também se tornou um espaço de discussão sobre o sistema educacional do país e a integração entre as faculdades e o mercado de trabalho.

As companhias também costumam organizar seminários sobre carreiras para os estudantes, que acabam funcionando como fóruns de discussão e tem o objetivo de ajudar os universitários a conhecer mais sobre as profissões e o mercado de trabalho. O evento aconteceu de 6 a 8 de abril, em Dubai.

*com informações da Emirates News Agency

Fonte: ANBA

Representantes do Brasil e dos Emirados vão se encontrar em julho para discutir acordo aéreo

[20/04 - 07:00]


Documento vai possibilitar a criação de um vôo entre Dubai e o Rio de Janeiro pela Emirates Airlines. Em fase mais avançada estão as negociações para a inauguração de uma linha da Middle East Ailines entre Beirute e São Paulo. Outras duas companhias aéreas árabes também já manifestaram interesse em operar rotas para o Brasil.

Alexandre Rocha

São Paulo - Autoridades aeronáuticas brasileiras e dos Emirados Árabes Unidos vão se reunir em julho, no Brasil, para discutir a assinatura de um acordo aéreo que vai permitir a inauguração de vôos entre os dois países. Isso vai abrir caminho para que a Emirates Airlines opere uma rota entre Dubai, centro comercial dos Emirados, e o Rio de Janeiro. A informação foi dada ontem à ANBA por Sidney Costa, chefe de gabinete do ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia.

Se hoje não há nenhum vôo direto entre o Brasil e qualquer um dos países árabes, mais de um poderá surgir. Fora as negociações entre o governo brasileiro, as autoridades dos Emirados e a diretoria da Emirates, já está em fase mais avançada de negociação a criação de uma rota entre Beirute, no Líbano, e São Paulo, a ser operada pela companhia libanesa Middle East. Além disso, Costa acrescentou que outras duas companhias árabes já manifestaram interesse em operar vôos para o Brasil.

"Desde a visita do presidente Lula ao Oriente Médio surgiu o assunto da retomada de vôos", declarou Costa, referindo-se à visita que o presidente brasileiro fez a cinco países árabes em dezembro.

No caso da Emirates o contato até foi feito antes. "O interesse da Emirates foi manifestado em agosto do ano passado, quando eles fizeram um pedido para a criação do acordo aéreo entre os dois países", disse Costa.

Ele acrescentou que a diretoria da companhia afirmou que toda empresa aérea que queira ser realmente internacional não pode desprezar o Brasil, tanto do ponto de vista do turismo de entretenimento, quanto do "turismo de negócios".

A Emirates Airlines, sediada em Dubai, foi fundada em 1985 e hoje voa para mais de 70 destinos em 50 países da Europa, Oriente Médio, Extremo Oriente, África e Austrália.

Segundo Costa, "o fator condicionante" para a criação do vôo da Emirates "não é empresarial, mas governamental". Isso porque a partir do momento em que a companhia fez o pedido de acordo ela realmente tem interesse na rota, o que falta agora são os entendimentos entre as autoridades aeronáuticas. Ele espera que o documento seja assinado até o final do ano.

Um acordo aéreo tem que ser feito quando uma empresa de um país deseja operar vôos para outro, ele estabelece qual será a freqüência dos vôos, quais serão as escalas, quantas companhias vão atuar, entre outros aspectos.

Middle East

Costa acrescentou que a inauguração do vôo da Middle East entre Beirute e São Paulo será mais fácil do que o da Emirates, ou pelo menos mais rápida. Isso porque o Brasil e o Líbano já têm um acordo aéreo que precisará apenas de "alguns ajustes". Em visita ao Brasil em fevereiro, o presidente do Líbano, Émile Lahoud, confirmou que a linha aérea começaria a operar em pouco tempo.

A Middle East já teve uma rota para o Brasil, criada em 1995, mas ela foi cancelada três anos depois por falta de demanda. Segundo Costa, o vôo original fazia escala em Abidjan, capital da Costa do Marfim (África). A idéia agora é fazer uma escala em Paris, na França, o que deverá tornar a linha mais promissora do ponto de vista comercial.

Ele acrescentou que a empresa libanesa negocia com a brasileira TAM para que a rota seja feita por meio de um "código compartilhado", ou seja, a TAM ficaria responsável pelo trecho São Paulo-Paris e a Middle East pela perna Paris-Beirute. A reportagem da ANBA entrou em contato com a assessoria de imprensa da companhia brasileira para saber mais detalhes sobre o assunto, mas não obteve retorno até às 19h10.

Costa espera que o vôo para Beirute seja inaugurado até o final do ano. "É essa a nossa torcida", disse.

Outras

No caso das duas outras companhias de países árabes interessadas em operar vôos para o Brasil, Costa não quis dar mais detalhes, pois as negociações ainda estão no início.

Na semana passada o chanceler do Marrocos, Mohamed Benaïssa, visitou o Brasil, quando se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros Gilberto Gil (Cultura), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Celso Amorim (Relações Exteriores). Durante as conversas foi levantada a hipótese de criação de um vôo da Air Marroc ligando os dois países.

Fonte: ANBA

Brasil terá embaixador extraordinário para o Oriente Médio

[19/04 - 14:33]

O indicado vai ser Affonso Celso de Ouro-Preto, atual embaixador em Pequim (China). O objetivo será 'participar mais ativamente' do processo de paz entre palestinos e israelenses.

Da redação

São Paulo - O atual embaixador Brasileiro em Pequim (China), Affonso Celso de Ouro-Preto, vai ser indicado para exercer o cargo de embaixador extraordinário do Brasil para o Oriente Médio. A nomeação, segundo informações divulgadas hoje (19) pelo Itamaraty, vai sair tão logo o diplomata "conclua sua missão" na China, o que ocorrerá após o visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático em maio.

De acordo com o Itamaraty, a designação do embaixador para o cargo "reflete o interesse do Brasil em participar mais ativamente dos esforços internacionais no processo de paz relativo ao conflito israelo-palestino".

"(A nomeação) atende, nesse sentido, à expectativa manifestada por diversos países de que o Brasil desempenhe papel construtivo naquele processo, até mesmo à luz do exemplo brasileiro de integração e convívio pacífico entre comunidades de origem árabe e judaica", diz a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Neste momento um grupo de cinco parlamentares brasileiros, chefiados pelo deputado Jamil Murad (PcdoB-SP), está na Palestina com o objetivo de contribuir para a paz, conforme antecipou a ANBA na semana passada.

Segundo o ministério, a decisão de indicar um "representante de alto nível" para o Oriente Médio foi tomada pelo presidente Lula durante a viagem que fez à região em dezembro.

Ouro-Preto ocupa o cargo de embaixador em Pequim desde 1999. Antes foi embaixador na Guiné Bissau, na Suécia e na Áustria.

Fonte: ANBA

Deputados brasileiros vão se encontrar amanhã com Arafat

[19/04 - 18:31]

Eles também vão participar, em Ramallah, de audiências com o primeiro ministro palestino, Ahmed Qorei, e com o presidente do parlamento local, Rouhi Fatouh. O objetivo é dar apoio à causa palestina e ao restabelecimento da paz.

Alexandre Rocha

São Paulo - O grupo de deputados brasileiros da Liga Parlamentar Brasil-Árabe que está em Rammallah, na Palestina, para verificar a situação da população local e procurar dar apoio ao processo de paz na região, vai se encontrar amanhã (20) com o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, com o primeiro ministro, Ahmed Qorei, e com o presidente do Conselho Legislativo Palestino (parlamento), Rouhi Fatouh.

"Nós vamos transmitir nossa solidariedade e apoio à causa palestina, à criação de um estado palestino independente, ao respeito aos direitos do povo local e ao restabelecimento da paz", disse por telefone à ANBA o deputado Jamil Murad (PcdoB-SP), secretário-geral da Liga Parlamentar Brasil-Árabe e líder da missão.

Além disso, eles vão apresentar a Fatouh um convite do presidente da Câmara do Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), para que ele visite o Brasil.

Para contribuir com o processo de paz entre palestinos e israelenses, os deputados querem que o governo brasileiro intervenha junto à Organização das Nações Unidas (ONU) para que a entidade envie uma "força de separação", com o objetivo de "desarmar os espíritos" e pacificar a região.

Os deputados, que chegaram sábado (17) ao Oriente Médio, já se encontraram com colegas parlamentares de Rammallah, Jerusalém e Belém.

"Eles nos disseram como enxergam a situação do povo palestino, quais sãos os dramas que estão vivendo e que têm esperanças de que o Brasil atue junto à ONU para que a organização jogue um papel mais decisivo na questão", declarou Murad. "Nesse contato nós sentimos que todos eles defendem a paz, não querem o confronto, mas a garantia dos direitos para os dois povos (palestinos e israelenses)", acrescentou.

Hoje o Itamaraty anunciou a indicação do atual embaixador brasileiro em Pequim (China), Affonso Celso de Ouro-Preto, para ocupar o cargo de embaixador extraordinário para o Oriente Médio. O objetivo da criação da nova representação é justamente "participar mais ativamente" do processo de paz na região.

"É preciso tomar medidas para que os palestinos sejam colocados na posição que merecem, de um povo civilizado, que tem grande importância histórica e que precisa de respeito", afirmou Murad. De acordo com ele, isso não vai beneficiar apenas os habitantes da região, "mas todo mundo". "Porque a paz e a justiça inspiram bons sentimentos", concluiu.

Além de Murad, fazem parte da missão os deputados Nilson Mourão (PT-AC), Leonardo Mattos (PTB-SE) e Vanessa Graziotin (PPS-MG). Eles estão sendo acompanhados pelo embaixador do Brasil em Tel Aviv (Israel), Sérgio Eduardo Moreira Lima, e pelo embaixador da Autoridade Palestina em Brasília, Musa Amer Odeh.

Fonte: ANBA

Parlamentares brasileiros vão à Palestina dar sua contribuição ao processo de paz

[15/04 - 07:00]
Deputados da Liga Parlamentar Brasil-Árabe chegam neste sábado a Rammallah para reunião com Yasser Arafat e Hamad Qureï, respectivamente presidente e primeiro-ministro da Autoridade Palestina. Eles querem chamar a atenção dos líderes mundiais para a necessidade de uma solução negociada para os conflitos na região.

Paula Quental

São Paulo - Um grupo de cinco parlamentares brasileiros chega neste sábado (17) em Rammallah, Palestina, para encontrar-se com Yasser Arafat e Hamad Qureï, presidente e primeiro-ministro da Autoridade Palestina. Um dos objetivos da visita, de acordo com o deputado Jamil Murad (PC do B-SP), idealizador da comitiva, é influir na Corte Internacional de Haia "no sentido de condenar e solicitar a destruição do muro" construído por Israel para isolar os territórios ocupados.

Os deputados federais brasileiros, que serão acompanhados pelo embaixador da Autoridade Palestina no Brasil, Musa Amer Odeh, e pelo presidente da Confederação Palestina da América Latina e Caribe, Farid Suwwan, pretendem visitar o muro e verificar a situação do povo palestino que vive no local.

Segundo Murad, que tem o cargo de secretário-geral da Liga Parlamentar Brasil-Árabe, a ação do Legislativo brasileiro é uma forma de chamar a atenção das autoridades mundiais para a necessidade de uma solução negociada para os conflitos na região. "Defendemos que a ONU (Organização das Nações Unidas) jogue o seu papel, intervindo, independentemente da posição dos Estados Unidos, para dar condições de respeito e auto-defesa ao povo palestino", declarou à ANBA.

Outros países, como Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Bélgica, França e Grã-Bretanha, já enviaram comitivas parlamentares à Cisjordânia com a disposição de ajudar no processo de paz. O Brasil, porém, reúne condições especiais para ser um dos líderes nessa negociação, condições essas que têm origem nas próprias raízes do povo brasileiro, acredita Murad: "Somos formados por índios, portugueses, árabes, judeus, europeus, latino-americanos; temos liberdade de religião e a discriminação por raça é punida por lei. Há entre nós a cultura do respeito às diferenças".

Ele lembra que o país tem tradição diplomática de defesa da paz. "Foi assim, por exemplo, durante a Segunda Guerra, quando o Brasil participou lutando pela paz". Além disso, o país dirigiu a histórica assembléia da ONU de 1947 que decidiu por dividir as terras palestinas em duas partes, criando o Estado de Israel, o que, na opinião do deputado, aumenta a sua responsabilidade no processo. "Temos a obrigação de apoiar a consolidação da Palestina, pois apenas o Estado de Israel foi criado".

Momento crítico

De acordo com Jamil Murad, a visita dos brasileiros à Palestina se dá num momento especialmente crítico na relação entre os dois povos, quando o governo israelense declara a intenção de matar os líderes palestinos, incluindo o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat.

"Esta afirmação, feita por autoridades israelenses, mostra que estamos diante de uma situação delicadíssima, um verdadeiro barril de pólvora", disse o deputado.

A temperatura ficou ainda mais alta e o acordo de paz ainda mais distante com o apoio dado ontem (14) pelo presidente norte-americano, George W. Bush, ao plano do premier israelense, Ariel Sharon, de garantir que Israel possa manter algumas colônias de judeus na Cisjordânia e não precise receber refugiados palestinos. O acordo anterior era de que os israelenses deixassem todo o território da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, além de abrigar os que fugiram da região após a formação de Israel.

Segundo disse à ANBA o embaixador da Autoridade Palestina no Brasil, Musa Amer Odeh, o apoio de Bush aos planos de Sharon "torna ainda mais importante a viagem da delegação de parlamentares brasileiros nesse momento".

Escritório comercial

Outra ação pró-Causa Palestina dos parlamentares brasileiros foi a coleta de mais de 300 assinaturas de senadores e deputados de todos os partidos para um abaixo-assinado entregue ao ministro das Relações Exteriores embaixador Celso Amorim. O documento pede o posicionamento firme do governo brasileiro contra a construção do muro israelense em terras palestinas.

A visita à Palestina, na opinião de Jamil Murad, terá ainda a função de ajudar na concretização do projeto já anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de abrir um escritório comercial do Brasil na cidade de Rammallah. "Não conheço os últimos passos do projeto, mas com certeza nossa ida para lá vai dar uma contribuição para a sua concretização".

Os parlamentares brasileiros vão também se reunir com o presidente do Conselho Legislativo da Palestina Rouhi Fatouh e visitarão outras cidades atingidas pelos conflitos, como Hebron, Jericó, Nabloz e Belém. Um esquema especial de segurança será montado pelas autoridades palestinas para acompanhar os deputados.

Além de Murad, fazem parte do grupo parlamentar brasileiro Nilson Mourão (PT-AC), Geraldo Tadeu (PTB-SE), Leonardo Mattos (PV- MG) e Vanessa Graziotin (PPS-MG). O grupo deixará o Rio de Janeiro na sexta-feira (16) às 10h20 da manhã com destino a Amã, capital da Jordânia, e de lá segue para Ramallah. A volta é prevista para 24 de abril.

Fonte: ANBA

1.4.04

O CAIR Condena a Mutilação de Corpos no Iraque

(WASHINGTON, D.C., 3/31/04) - O Conselho para Relações Islâmico-Americanas (CAIR em inglês) condenou hoje a mutilação daqueles mortos no Iraque na quarta-feira.

Quatro empreiteiros civis americanos foram emboscados em suas vans, queimados, mutilados, arrastados pelas ruas e depois pendurados em uma ponte sobre o Rio Eufrates, de acordo com os relatos de noticiários.

O CAIR disse que as mutilações violam tanto as normas islâmicas quanto internacionais de conduta durante tempos de guerra, e conclamou todas as partes do conflito a respeitar a santidade dos mortos e as sensibilidades de seus familiares.

O grupo islâmico de direitos civis baseado em Washington citou uma tradição do Profeta Muhammad (saws) que proíbe a mutilação de corpos (Hadith 654.3).

Em outra tradição, o Profeta (saws) disse, “Não matem mulheres ou crianças ou pessoas idosas. Não cortem as árvores frutíferas. Não destruam as cidades.” (Al-Muwatta, Vol. 21, Hadith 9)

O CAIR, o maior grupo islâmico de direitos civis da América está baseado em Washington e tem 21 escritórios regionais em todo o país e no Canadá.


CAIR

Diplomata Checheno Descreve Genocídio

Mais de 308.000 civis chechenos foram mortos na luta separatista que já dura uma década.

Em uma entrevista exclusiva com a Aljazeera.net o ministro do exterior no exílio disse que mais de 28% da população morreu em um país que tinha uma população de apenas um milhão.

Usman Ferzaouli acrescentou que era difícil compreender o silêncio do mundo sobre “um genocídio que matou mais de um quarto de todo o povo checheno.”

“Stalin pode ter sido brutal, mas pelo menos ele não nos matou como as 150.000 tropas russas atualmente estacionadas na Chechênia – “policiando” uma nação de menos de 710.000.”

Ferzaouli fez o seu comentário no começo de uma visita de dois dias ao Qatar.

Seu primeiro dever oficial era apresentar os seus respeitos à viúva de Salim Khan Yandarbiyev – o ex-presidente checheno que morreu em fevereiro quando uma bomba explodiu o seu carro depois da oração de sexta-feira.

A viúva de Yandarbiyev, Malika, disse à Aljazeera.net que o assassinato público do seu marido pela Rússia deve soar os alarmes na Europa.

“Se os russos podem fazer isso no Qatar, então eles certamente o Reino Unido e a Dinamarca devem considerar a possibilidade de carros explosivos matando representantes chechenos nas ruas de Londres e Copenhagen.

“O único ‘crime’ do meu marido foi não abrir mão da independência total. Ele nunca concordou qualquer forma de terrorismo – especialmente os ataques em Moscou – mas suportou uma luta legítima contra um poder colonial.”

Malika condenou a classificaçã de Moscou da luta chechena como ‘terrorismo’ – destacando que o exército russo matou milhares de mulheres e crianças.

Depois de visitar o túmulo de Yandarbiyev, o ministro do exterior disse que apreciava a forma como o Qatar estava lidando com o assassinato e que estava confiante de que a justiça seria feita.

Ele disse que conhecia o ex-presidente checheno por mais de 15 anos e que sempre foi “impressionado com sua integridade e visão.”

“Yandarbiyev era um grande homem. Ele era provavelmente a principal personalidade impulsionando a independência chechena.

“Embora ele não tenha dado entrevistas públicas no ano anterior à sua morte – seu único crime foi expressar a sua opinião de que o nosso país deveria ser livre.”

“Nas poucas missões diplomáticas nas quais ele se envolveu nos últimos três anos, a sua única mensagem para os países islâmicos e ocidentais foi ‘se vocês não nos ajudarem, pelo menos não sejam contra nós’”.

Leia a notícia na íntegra em inglês

Injustiça no Afeganistão

Sobre pressão da Suprema Corte e muitos governos estrangeiros, a administração Bush começou a andar na direção de rever processos dos prisioneiros mantidos na Base Naval de Guantánamo, em Cuba.

O relatório de 60 páginas sobre as práticas americanas no Afeganistão durante os últimos dois anos detalha questionável ou possivelmente comportamento criminal por parte do pessoal americano, incluindo o uso de força excessiva durante as prisões e mau tratamento sistemático de alguns detentos. Isso demonstra que os interrogadores americanos usaram práticas, tais como acorrentamento prolongado e privação do sono, que o relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado descreve como tortura quando são usados por outros países. Talvez o mais preocupante seja o número de civis afegãos sendo mantidos por períodos de até um ano ou mais sem acusação, “virtualmente incomunicáveis sem qualquer base legal para questionar a sua detenção ou obter a sua soltura.” Nenhuma acusação foi apresentada contra qualquer dos prisioneiros.

“Falando de forma simples,” o relatório conclui, “os Estados Unidos estão agindo fora da norma da lei.”

Leia a notícia na íntegra em inglês

Aliados afegãos dos EUA cometeram massacre

Especialistas americanos descobriram que os senhores da guerra da Aliança do Norte assassinaram prisioneiros de guerra. A dramática corroboração do masssacre de prisioneiros afegãos pela Aliança do Norte apoiada pelos EUA no começo da guerra em 2001 foi fornecida pelos patologistas americanos convocados para investigar as alegações pelas Nações Unidas.

O antropólogo William Haglund, que anteriormente liderou investigações em covas coletivas na Bósnia, Ruanda, Sri Lanka e Serra Leone, cavou em uma área no deserto fora da cidade de Shebargan, e exumou 15 corpos, uma pequena amostra, disse ele, do que pode ser um grande total.

Graças ao clima frio e árido, eles foram preservados bem o suficiente para que fossem feitas autópsias. A conclusão de Hanglund de que ‘eles morreram sufocados’ corrobora as estórias contadas pelos detentos de Guantánamo semana passada ao Observer.

‘Eles são os primeiros sobreviventes a descrever o que realmente se acredita ter acontecido às vítimas que descobrimos,’ disse Hanglund. ‘A equipe veio para uma investigação completa, sob a proteção da comunidade internacional.’

Asif Iqbal, Shafiq Rasul e Ruhal Ahmed disseram em suas entrevistas como foram capturados pelas forças da Aliança do Norte lideradas pelo general Abdurrashid Dostum em novembro de 2001, enquanto tentavam fugir da guerra no Afeganistão.

Em Shebargan eles foram colocados em dois de vários conteineres. Então Iqbal disse que as portas foram fechadas. Ele e os outros perderam a consciência e quando acordou ele estava ‘deitado sobre corpos, respirando o odor de seu sangue e urina’.

‘Nós sobrevivemos porque alguém fez buracos com a metralhadora. Quando nós saímos, uns 20 em cada conteiner continuavam vivos.’

Haglund visitou as covas coletivas em Shebargan duas vezes em 2002 que identificou dezenas de covas coletivas no norte do Afeganistão, muitas contendo os restos de prisioneiros mortos pelas forças dos senhores da guerra apoiadas pela Inglaterra e EUA.

A equipe também inspecionou a prisão da Aliança do Norte em Shebargan em janeiro de 2002. “Haviam aproximadamente 3.000 sendo mantidos em condições esquálidas sob o controle de Dostum,’ disse Heffernan.

Leia a notícia na íntegra em inglês