26.6.07

Muçulmanos brasileiros sofrem de preconceito importado

Por Isabelle Somma

Uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha e divulgada pela Folha de S. Paulo em 6 de maio passado demonstra que no Brasil existe de fato preconceito contra muçulmanos. Para 49% dos entrevistados, a frase “os muçulmanos defendem o terrorismo” é verdadeira. A pesquisa entrevistou 5.700 pessoas entre os dias 19 e 20 de março de 2007, em 236 municípios de 25 unidades da federação. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Esse fato não é novidade para a comunidade. Após 11 de setembro de 2001, até mesmo quem fazia curso de língua árabe na Universidade de São Paulo passou a ser visto com olhar de espanto pelos colegas. Para as mulheres muçulmanas, o preconceito é ainda mais evidente. Não é raro ver pessoas na rua apontando para uma passante que veste o hijab. Também não é raro ouvir pessoas comentando sobre a “burca” de uma muçulmana. Se nem mesmo o nome da vestimenta é conhecido, imagine o resto.

O preconceito é algo que homossexuais e negros sofrem diariamente neste país que se gaba pela tolerância. Mas, de todos os preconceitos, me parece que o contra os muçulmanos é o único “importado”. Explico: não temos uma história própria de intolerância contra a comunidade muçulmana. Ao contrário. Em lugares como Foz do Iguaçu, no Paraná, e São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, onde se encontram grandes contingentes de fiéis, jamais se registrou algum problema que pudesse gerar conflitos.

E não é apenas a maioria da comunidade muçulmana brasileira que vive em paz. Isso acontece no mundo inteiro. Outra pesquisa recente, realizada do Marrocos à Indonésia pelo Instituto Gallup, “The Gallup World Poll of Muslims from North Africa to Southeast Asia, Listening to a Billion Muslims”, demonstra que a maioria dos muçulmanos admira o Ocidente, em particular a tecnologia, o sistema democrático e a liberdade de expressão. A mesma pesquisa indicou que dos entrevistados, somente 7% eram favoráveis aos ataques que ocorreram em 11 de setembro de 2001.

Então, de onde vem essa desconfiança? Por um lado, acredito que a preferência de jornais, revistas e canais de televisão brasileiros em publicar assuntos associados a atos de violência é maior do que aos relativos a cultura. A cobertura é feita com base em reportagens enviadas de agências de notícias, jornais e revistas norte-americanos e europeus. Importamos a idéia de que há uma guerra de civilizações, em que muçulmanos estão querendo tomar o mundo e implantar uma visão radical de sua própria religião.

O que esquecemos, porém, é que esses meios de comunicação internacionais se coadunam com a velha visão de potências hegemônicas. Trazem a visão de que devemos dominar os bárbaros, sejam eles quem for, mas principalmente aqueles que vivem em cima do petróleo. Essas mesmas potências pretendem continuar hegemônicas e, por isso, tudo que as ameaça está em sua mira. E os meios de comunicação acompanham, sem ao menos duvidar das intenções de seus governos. O apoio em massa da mídia norte-americana à Guerra do Iraque é o exemplo mais notório.

O que fazer então? Talvez exercermos o direito que qualquer cidadão tem de duvidar e, principalmente, exigir coberturas mais justas e menos dependentes de visões importadas dos veículos de comunicação brasileiros. Independência de opinião nos faria muito bem.

Isabelle Somma é jornalista.

Fonte: Correio do Icarabe


21.6.07

Impressões do Norte da África


Viajar por Marrocos, Tunísia e Egito serve para desmistificar. A cultura é diferente, mas o povo é hospitaleiro. A barreira do idioma não é tão grande assim e o mercado é mais diversificado do que se imagina. Estas são algumas das impressões de um repórter que passou 11 dias na região.



Museu do Bardo, na Tunísia, amostra da riqueza histórica do Norte da África


Alexandre Rocha


alexandre.rocha@anba.com.br

São Paulo – É surpreendente! Esta foi a expressão utilizada por vários integrantes da missão empresarial brasileira que passou pelo Marrocos, Tunísia e Egito, entre o final de maio e o início de junho, organizada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e pela Agência de Promoção das Exportações e Investimentos do Brasil (Apex). E a surpresa foi positiva, tanto do ponto de vista cultural, como de mercado.

Tanto no Egito, como na Tunísia e no Marrocos, o povo ouve muita música, seja nos restaurantes, cafés, no táxi, no supermercado. Geralmente música árabe. Fazem sucesso jovens cantoras e cantores que mesclam elementos folclóricos com ritmos pop. Toca muita música brasileira também, desde Tom Jobim, passando por Gilberto Gil e até a o Carrapicho: "Bate forte o tambor, eu quero é tic, tic, tic, tic, tac", cantava um trio no bar de nosso hotel no Cairo.

A presença brasileira pode ser vista também de outras maneiras, como na propaganda de uma churrascaria em nosso hotel no Marrocos, no anúncio de café no Aeroporto de Túnis, nas duas filiais do restaurante paulista Mori Sushi no Cairo e até numa velha Brasília que passou rodando na nossa frente nas ruas da capital egípcia.

Viajar por Marrocos, Tunísia e Egito serve também para desmistificar um pouco a questão do papel da mulher no mundo árabe. Nos três países muitas mulheres trabalham e ocupam cargos importantes nos setores público e privado.


Nota: Essa é uma versão editada da reportagem. Para lê-la na íntegra clique aqui.

Fonte: ANBA



20.6.07

Argelino mostra arte islâmica em Maricá


O desenhista e pintor Yevid Zedenny Al Zarhak Al Koef nasceu na Argélia, mas vive na cidade de Maricá, interior do Rio de Janeiro. No mês de julho ele fará uma exposição na sede do Grupo de Artistas de Maricá, onde vai mostrar quadros com paisagens de países muçulmanos. Algumas pinturas receberam aplicação de bordados ponto cruz feitos pela espanhola Haddad Medina Garcia.

Isaura Daniel
isaura.daniel@anba.com.br

São Paulo – No mês de julho, a sede do Grupo de Artistas de Maricá (GAM), que fica na cidade de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, vai receber uma exposição islâmica de artes. A mostra ocorrerá entre os dias 06 e 29 de julho e vai apresentar as pinturas do argelino Yevid Zedenny Al Zarhak Al Koef e da bordadeira espanhola Haddad Medina Garcia. Al Koef, que nasceu na Argélia mas mora na cidade fluminense, produz quadros com pintura sobre papel e molduras de materiais recicláveis. Haddad, que é casada com o argelino, borda em ponto cruz sobre alguns desenhos de Al Koef feitos em etamine.

As peças do artista mostram elementos da religião islâmica como mesquitas e minaretes e também paisagens de países árabes muçulmanos pelos quais Al Koef já passou, como a sua nação de origem, a Argélia, a Tunísia e a Jordânia. "Eu faço pinturas sobre a minha terra porque sinto saudades de lá", diz. Ele também pinta lugares de outras regiões do mundo para as quais já viajou nos 21 anos em que trabalhou como diretor de uma multinacional. Uma rua de muçulmanos na Bósnia, por exemplo, já foi pintada por Al Koef. Os camelos também são figuras comuns em seu trabalho.

Al Koef, que se mudou para o Brasil ainda na adolescência, depois que teve aulas de geometria espacial em um curso preparatório do Colégio Pentágono para ingressar no Instituto Militar de Engenharia. "Percebi que a partir de um ponto podia fazer um espaço volumétrico", conta o artista. Al Koef começou então a desenhar para se distrair, em guardanapos de papéis de restaurantes. Depois foi aperfeiçoando o trabalho e passou também a pintar. "A minha mãe pintava. Ela me passou toda a sua experiência com cores", diz o argelino.

A vida de Al Koef, que tem 47 anos, sempre foi cheia de idas e vindas entre o Brasil e a Argélia. Os seus pais nasceram e moraram no Brasil, mas a sua avó paterna era argelina. Dessa maneira, o artista foi criado na Argélia por tios. Voltou para o Brasil para estudar. Al Koef fez vários cursos técnicos e se formou em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Ele também estudou em outros países, como a Alemanha, e fez Mestrado em Finanças. "Minha distração sempre foi estudar", diz. Al Koef é muçulmano. A sua esposa, Haddad, nasceu no sul da Espanha e vive no Brasil há 19 anos.

A exposição no GAM terá um total de 121 obras. Algumas serão de pacientes do Hospital Dia, voltado para tratamento mental, onde Al Koef ensinou desenho e pintura. A exposição deve ter também artesanato de Maricá, que é semelhante ao de países muçulmanos, e peças de roupas do estilo usado em países islâmicos. A abertura da exposição ocorrerá às 19 horas do dia 06 de julho. Ela estará aberta para visitação de terça-feira a domingo, das 14h às 18h.

Serviço

Semana Islâmica de Artes
De 06 a 29 de julho
Das 14h às 18h
Na sede do Grupo de Artistas de Maricá (GAM)
Rua Álvares de Castro, 1277 - Orla de Araçatiba
Maricá, no Rio de Janeiro
Informações: (21) 2637-8021

Fonte: ANBA

16.6.07

Sushi brasileiro no Cairo

O Egito é um dos principais parceiros do Brasil no mundo árabe, mas agora, além de produtos como carne, açúcar e minérios, o país importou também a arte brasileira da fazer sushis, aprimorada durante os quase 100 anos de imigração japonesa. Dois estabelecimentos funcionam na capital egípcia com a marca Mori Sushi, restaurante fundado há 15 anos em São Paulo.

Aoyagi (E) e Morita passaram a ter uma outra imagem dos árabes após temporada no Cairo

Alexandre Rocha
alexandre.rocha@anba.com.br

São Paulo e Cairo – Não é de hoje que a culinária japonesa faz sucesso no Brasil. Em São Paulo, por exemplo, faz muito tempo que os restaurantes do gênero deixaram os limites do bairro da Liberdade, tradicional local de moradia de imigrantes japoneses e descendentes, para se espalhar por todos os cantos da cidade. Agora, porém, o know-how brasileiro na preparação de sushis e sashimis chegou ao mundo árabe.

Desde o início do ano funcionam no bairro de Zamalek, no Cairo, dois pontos-de-venda com a marca do Mori Sushi, criado em São Paulo há 15 anos pelo filho de japoneses Francisco Morita Filho. Um deles, na rua Gabalaya, é um restaurante japonês propriamente dito, o outro é um sushi bar instalado dentro do Sequoia, badalado restaurante na capital egípcia que mistura aromas e sabores de várias partes do mundo.

O Sequóia, aliás, é algo à parte. Localizado às margens do Nilo, com uma bela vista, o ambiente é amplo, arejado, com decoração moderna e tem um cardápio internacional que vai dos suhis às especialidades libanesas tão conhecidas no Brasil, como quibes e charutinhos. Lá é possível também se recostar nas confortáveis cadeiras rentes ao chão e fumar uma shisha, como é conhecido o narguilé no Egito, escolhendo entre fumos de diversos aromas, que vão da maçã, passando pela banana, pêssego, laranja, café, entre muitos outros.

Morita Filho, cujo pai era dono da antiga rede de Supermercados Morita, conheceu seu parceiro egípcio, o empresário Hossam Fahmy, no ano passado em São Paulo. Fahmy atua no ramo de calçados e estava no Brasil a negócios. “Ele comeu no restaurante, gostou e propôs a abertura no Cairo”, disse Morita à ANBA. “Na época eu estava tranqüilo com os negócios aqui e decidi ir atrás de uma nova experiência”, acrescentou.

A convite de Fahmy, o empresário brasileiro foi ao Cairo para conhecer a cidade e levar o negócio adiante. Além de ceder a marca, Morita também transferiu o know-how na preparação dos pratos japoneses. Seu sushiman, Aldo Aoyagi, passou três meses no Egito treinando colegas árabes na arte de fazer sushis à moda brasileira.

“Eles conheciam os sushis tradicionais, não os que temos aqui, inventados no Brasil”, disse Aoyagi, filho de pai japonês e mãe nissei. Durante sua estada no Cairo, ele introduziu ingredientes nas receitas como camarões empanados, cream cheese e frutas como morango e manga. A inventividade dos sushimen brasileiros pode ser comparada à dos chefs da cozinha contemporânea, que inclui a elaboração dos bolinhos de arroz acompanhados dos ingredientes mais simples, como atum e salmão crus, passando por frutas e vegetais tipicamente brasileiros, até foie gras.

A estadia e o salário de Aoyagi, que montou o cardápio básico do Mori no Cairo, foram pagos por Fahmy. “Dei prioridade para três sushimen, que já tinham alguma experiência, para que depois eles repassassem o que aprenderam para outros”, disse. “Fui muito bem recebido por lá, me trataram super bem, estive nas casas dos colegas e conheci suas famílias”, acrescentou.

Com a experiência, Aoyagi e Morita passaram a ter uma nova imagem do mundo árabe. Acostumados a ver no noticiário cenas de conflitos no Oriente Médio, eles encontraram no Egito um povo amável e hospitaleiro. “No plano pessoal, a experiência serviu para desmistificar a imagem que eu tinha da religião muçulmana”, disse Morita. “Ao chegar no Egito a gente encontra pessoas amigáveis. Você pode, por exemplo, andar na rua com uma máquina fotográfica sem ter medo de ser assaltado. As pessoas param para conversar, parecem até com os brasileiros”, acrescentou.

Segundo Morita, o acordo com o empresário egípcio não envolveu ganhos financeiros. “No longo prazo, a experiência, a ampliação do conhecimento, valem mais do que o ganho financeiro”, acrescentou. Assim como Aoyagi foi ao Egito, Fahmy enviou um funcionário seu, chamado Abdul Kareim, para passar uma temporada em São Paulo aprendendo com o dia a dia do Mori Sushi, que tem dois endereços na capital paulista, um em Perdizes, na zona oeste, e outro nos Jardins, na zona sul.

Imigrantes

Embora as culturas árabe e japonesa sejam bastante diferentes, suas presenças no Brasil têm traços semelhantes. Assim como reúne a maior coletividade árabe fora do mundo árabe, o país concentra também a maior colônia japonesa fora do Japão e, nos dois casos, São Paulo tem as maiores comunidades.

O início da imigração japonesa ao Brasil vai completar um século no próximo ano. Os primeiros japoneses chegaram ao Porto de Santos a bordo do Kasato Maru em 1908. Já os árabes começaram a desembarcar no Brasil no fim do século 19. No início, os integrantes das duas coletividades trabalharam em ramos diferentes, os japoneses principalmente na agricultura e os árabes no comércio. Hoje, porém, os descendentes destes imigrantes estão presentes em praticamente todos os segmentos da sociedade brasileira.

Outra semelhança é a presença cultural. Existem diversas entidades e agremiações de origem árabe e japonesa. Assim como é possível comer quibes, esfihas, homus e kaftas em qualquer ponto de São Paulo, se pode também saborear sushis, sashimis, tempurás e yakissobas em todo lugar, até em carrinhos de ambulantes nas ruas.

Se você quiser comprar um narguilé, ou shisha, basta ir à Rua 25 de Março, no centro da capital paulista, para encontrar um. Mas se você quiser preparar um bom sukyaki, tradicional ensopado japonês, é só ir ao bairro da Liberdade, também na região central da cidade, para se abastecer dos ingredientes.

Contatos

Mori Sushi
Tel: +55 (11) 3872-0976
Rua Melo Palheta, 284, Perdizes, São Paulo - SP

Mori Sushi Jardins
Tel: +55 (11) 3898-2977
Rua da Consolação, 3610, Jardins. São Paulo - SP

Mori Sushi Cairo
Tel: +202 135-0206
Rua Gabalaya, 19, Zamalek, Cairo

Sequoia
Tel: +202 735-0014
Rua Abu El-Feda, Zamalek, Cairo


Fonte: ANBA

6.6.07

Mohammed é o segundo nome mais popular dado a bebês britânicos

Quase 6.000 recém-nascidos receberam o nome, em 12 variações, só em 2006. O nome mais comum dos bebês da Grã-Bretanha é Jack.


Mohammed se tornou o segundo nome mais popular para os recém-nascidos no Reino Unido e, em breve, pode se transformar no primeiro, segundo um estudo do jornal "The Times".


No total, 5.991 bebês que nasceram no país em 2006 receberam este nome - em uma de suas 12 diferentes variações -, que ficou imediatamente atrás de Jack, o mais popular, e à frente em popularidade de Thomas, Joshua e Oliver.


A escolha do nome deve-se ao crescente número de jovens muçulmanos que têm filhos, unido ao desejo de fazer uma homenagem ao profeta Maomé.


Segundo Muhammad Anwar, professor de Relações Étnicas da Universidade de Warwick, "os pais muçulmanos querem ter algo que mostre um vínculo com sua relação ou com o profeta".


Para o mufti Abdul Barkatullah, ex-imã da mesquita londrina de Finchley, "os pais que dão esse nome a seus filhos acham que terá um efeito sobre sua personalidade e seu caráter".


Se a atual tendência for mantida - a freqüência de escolha do nome aumentou 12% em 2006 -, Mohammed, que passou a figurar entre os 30 preferidos em 2000, ocupará o primeiro lugar ainda neste ano.


Com 1,5 milhão, os muçulmanos representam apenas 3% da população do Reino Unido, mas os membros desta religião têm em média três vezes mais filhos que os não-muçulmanos.


Segundo estatísticas oficiais, uma família muçulmana média era formada por 3,8 pessoas, enquanto um terço das famílias desta religião tinha mais de cinco integrantes.


O nome preferido das filhas de pais muçulmanos é Aisha, que, em 2006, ocupava apenas a 110ª posição de preferência.


Fonte: Globo.com

4.6.07

Famílias de Srebrenica processam ONU e Estado holandês

Reuters/Brasil Online

Por Harro ten Wolde

HAIA (Reuters) - Parentes das vítimas do massacre de Srebrenica, em 1995, processaram na segunda-feira o Estado holandês e a Organização das Nações Unidas por permitirem que muçulmanos fossem mortos por forças sérvio-bósnias.

Advogados disseram que a Holanda é culpada por recusar apoio aéreo para suas próprias tropas que defendiam a cidade bósnia de acordo com um mandato da ONU, abrindo caminho para os assassinatos de 8 mil a 10 mil homens e garotos.

Cerca de 200 mulheres, parentes das vítimas de Srebrenica, marcharam até o gabinete do primeiro-ministro holandês, Jan Peter Balkenende, e entregaram documentos legais.

Carregando faixas com os nomes das vítimas, as mulheres caminharam silenciosamento em círculos do lado de fora do ministério, perto do Parlamento, por mais de uma hora.

"Esperei 12 anos por isso, pode ser uma outra injustiça se levar muito tempo de novo", disse Munera Subasic, presidente da Fundação de Mães de Srebrenica.

Durante a guerra da Bósnia, de 1992 a 1995, Srebrenica foi declarada área segura e guardada por uma unidade do Exército holandês que servia como parte de uma força maior da ONU na Bósnia.

Os soldados holandeses, levemente armados e sem apoio aéreo, foram forçados a entregar o enclave às forças sérvio-bósnias, que massacraram homens e garotos muçulmamos que confiavam na proteção das tropas holandesas.

Fonte: O Globo Online