22.3.04

Várias Condenações ao Assassinato do Sheikh Yassin

O CAIR Condena o Assassinato por Israel de Líder Religioso

Grupo islâmico de direitos civis diz que Israel engajou em “terrorismo de estado”

(WASHINGTON, D.C., 3/22/04) – O Conselho para Relações Islâmico-Americanas (CAIR) condenou hoje o assassinato do líder religioso islâmico palestino em cadeira de rodas, chamando-o de um ato de “terrorismo de estado.”

Israel matou Sheikh Ahmed Yassin, um tetraplégico de 67 anos e a figura islâmica palestina mais proeminente, em um ataque com mísseis fora da mesquita da cidade de Gaza na segunda-feira.

Em sua declaração o CAIR disse:

“Nós condenamos essa violação da lei internacional como um ato de terrorismo de estado pelo governo fora de controle de Ariel Sharon. O assassinato extra-judicial por Israel de um líder religioso islâmico só pode servir para perpetuar o ciclo de violência em toda a região. A comunidade internacional deve agora adotar atitudes concretas para ajudar a proteger o povo palestino contra a violência arbitrária israelense.

“Nós conclamamos os EUA a se unir a seus aliados na condenação desse assassinato político e fazer com que essa condenação tenha significado cortando o fluxo dos dólares dos contribuintes americanos para Israel. São esses dólares que pagam pelas armas que Israel usa para levar adiante tais ataques ilegais.

“Até que Israel veja os palestinos como seres humanos e não apenas como animais a serem abatidos durante a “temporada de caça”(*), não haverá uma solução viável e justa para o conflito do Oriente Médio.”

(* Semana passada um alto oficial de segurança israelense disse que “a temporada de caça tinha começado,” em referência aos assassinatos de palestinos.)

O CAIR, o maior grupo islâmico de direitos civis da América também reiterou sua longa condenação a todos os atos de terrorismo, sejam perpetrados por indivíduos, grupos ou estados.

CAIR


Forças de Ocupação Israelenses Assassinam o Sheikh Ahmed Yassin

Centro Palestino para os Direitos Humanos – 22 de Março de 2004

Em um ato de terrorismo de estado as forças de ocupação israelense assassinaram o Sheikh Ahmed Yassin, 66, fundador e líder político do Movimento Islâmico de Resistência (Hamas), imediatamente após ele ter deixado a mesquita depois de ter terminado a oração da alvorada. Além do Sheikh Yassin, 7 civis palestinos, incluindo 3 dos guarda-costas do Sheikh Yassin, foram mortos, e 17 outros feridos, incluindo dois dos filhos de Sheikh Yassin. Esse ato ilegal e beligerante é uma implementação das ameaças das autoridades israelenses de assassinarem o Sheikh Yassin, que foram recentemente articuladas por políticos e militares israelenses.

A mídia israelense relatou após o incidente que fontes oficiais israelenses anunciaram que o assassinato foi aprovado pelo governo israelense e que o Primeiro-Ministro Ariel Sharon tinha pessoalmente supervisionado o ataque.


Palestinian Centre for Human Rights


Comunicado à Imprensa do Gush Shalom - 22 de Março de 2004

O assassinato do Sheikh Ahmad Yassin, com a concomitante matança de transeuntes, é um ato provocativo louco por um governo que perdeu todo o seu limite. É um ato de um bombeiro piromaníaco cujo método de apagar o fogo do terrorismo é jogar barris de gasolina sobre ele, um ato que pode custar a vida de dúzias ou centenas de cidadãos israelenses no futuro próximo.

A conversa do Primeiro-Ministro Sharon de “sair de Gaza”, que tomou conta das manchetes nos últimos meses, se revela agora não ser nada mais do que tagarelice. Longe de seriamente pretender evacuar um mínimo do território ocupado, esse primeiro-ministro falido – confrontado com investigações policiais em uma miríade de corrupção referente a ele e seus filhos – parece determinado a deixar para o seu país o legado da guerra eterna com os palestinos e o mundo árabe e muçulmano inteiro.

Cada dia que esse homem permanece no poder representa um perigo grave para o futuro dos israelenses e palestinos. Gush Shalom, o Bloco da Paz Israelense, conclama a todas as forças sãs e responsáveis remanecentes na comunidade internacional a intervir, urgente e forçosamente, para salvar nossa região do topo do abismo e parar o ciclo monstruoso de banho de sangue que agora ameça nos engolir.

Gush Shalom


MCB Condena o Assassinato Terrorista por Israel do Sheikh Ahmed Yassin – Conselho Islâmico Britânico

O Conselho Islâmico Britânico (MCB em inglês) condena nos mais fortes termos o assassinato criminoso por Israel do sheikh Ahmed Yassin.

“Esse ato hediondo de terrorismo de estado contra um homem inválido quando ele estava deixando a mesquita depois das orações da alvorada está empurrando a região inteira para ainda mais próximo do abismo da violência descontrolada, e precisa ser detido,” disse Iqbal Sacranie, secretário-geral do MCB.

“Nós consideramos a comunidade internacional e os EUA diretamente responsáveis por permitirem as Forças de Ocupação Israelenses a continuar ocm sua política de matança e aterrorização dos civis palestinos. Nenhuma quantidade de força militar e assassinatos trará uma solução final para o “problema palestino,” acrescentou Iqbal Sacranie.

Nossas orações sinceras e condolências vão para o povo palestino em sua luta para viver em paz, com dignidade e liberdade em sua própria terra.

The Muslim Council of Britain Boardman House 64 Broadway Stratford London E15 1NT Tel: 020 8432 0585/6 Fax: 020 8432 0587
E-mail: admin@mcb.org.uk

Assassinato Puro e Simples

A intenção real do assassinato do sheikh Ahmed Yassin é idêntico ao estratagema da liberação de Sharon: bloquear qualquer oportunidade significativa para a retomada dos esforços na direção de negociações genuínas. O objetivo é o assassinato de qualquer chance de paz.

A política de assassinatos era imoral e ilegal em primeiro lugar. Não tinha nada a ver com a prevenção do terror. A intenção real dos assassinatos era legitimar o emprego do assassinato político como um instrumento na execução dos crimes contra o povo palestino, da punição coletiva ao politicídio – a negação de seus direitos nacionais. No contexto presente, esses também são crimes contra o povo de Israel.

Sharon optou por incluir a política de assassinatos como arma para defender sua autoridade enfraquecida. Sua coalisão está se desmoronando, seus ministros abertamente o desafiam, o seu partido está em desordem. E o mais importante: o seu prestígio com o público está em estado de desintegração.

Algumas semanas atrás ele teve apoio maciço do público que acreditou que ele estava tentando nos tirar da bagunça atual. Mas ele também desperdiçou esse último vestígio de prestígio pela sua estranha inconsistência e recusa em dizer o que ele estava fazendo exatamente. Ser aventureiro sempre foi natural para Sharon, e ele continua se sentindo mais confortável em trajes de guerra. Assim nós descobrimos que o envelhecido general, frustrado e mais isolado, dirigiu pessoalmente o ataque de helicóptero “heróico” sobre um comboio civil de um líder religioso em seu caminho para a adoração.

Existe método nessa loucura. Se um ato foi designado para aprofundar a hostilidade do mundo árabe e muçulmano contra Israel, seu povo e seus aliados, foi esse. Sharon está apostando o futuro de Israel no confronto entre civilizações. Sua esperança para a sobrevivência de Israel está espetada nas bandeiras do tipo de Cristandade de George Bush e sua batalha contra o mundo árabe e muçulmano.

A aliança Bush-Sharon irá regar a presente tempestade. Os dois precisam um do outro em sua hora de adversidade. Ainda assim, o presente namoro de Sharon com o assassinato político pode causar problemas em Washington, onde coisas desse tipo são despachadas para departamentos adequados de truques sujos. Nas capitais desse mundo, líderes usualmente não se gabam de matar outros líderes.

Jerusalém

22 de Março de 2004
Reuven Kaminer (ativista israelense e escritor)
E-mail: mssourk@mscc.huji.ac.il