1.4.04

Aliados afegãos dos EUA cometeram massacre

Especialistas americanos descobriram que os senhores da guerra da Aliança do Norte assassinaram prisioneiros de guerra. A dramática corroboração do masssacre de prisioneiros afegãos pela Aliança do Norte apoiada pelos EUA no começo da guerra em 2001 foi fornecida pelos patologistas americanos convocados para investigar as alegações pelas Nações Unidas.

O antropólogo William Haglund, que anteriormente liderou investigações em covas coletivas na Bósnia, Ruanda, Sri Lanka e Serra Leone, cavou em uma área no deserto fora da cidade de Shebargan, e exumou 15 corpos, uma pequena amostra, disse ele, do que pode ser um grande total.

Graças ao clima frio e árido, eles foram preservados bem o suficiente para que fossem feitas autópsias. A conclusão de Hanglund de que ‘eles morreram sufocados’ corrobora as estórias contadas pelos detentos de Guantánamo semana passada ao Observer.

‘Eles são os primeiros sobreviventes a descrever o que realmente se acredita ter acontecido às vítimas que descobrimos,’ disse Hanglund. ‘A equipe veio para uma investigação completa, sob a proteção da comunidade internacional.’

Asif Iqbal, Shafiq Rasul e Ruhal Ahmed disseram em suas entrevistas como foram capturados pelas forças da Aliança do Norte lideradas pelo general Abdurrashid Dostum em novembro de 2001, enquanto tentavam fugir da guerra no Afeganistão.

Em Shebargan eles foram colocados em dois de vários conteineres. Então Iqbal disse que as portas foram fechadas. Ele e os outros perderam a consciência e quando acordou ele estava ‘deitado sobre corpos, respirando o odor de seu sangue e urina’.

‘Nós sobrevivemos porque alguém fez buracos com a metralhadora. Quando nós saímos, uns 20 em cada conteiner continuavam vivos.’

Haglund visitou as covas coletivas em Shebargan duas vezes em 2002 que identificou dezenas de covas coletivas no norte do Afeganistão, muitas contendo os restos de prisioneiros mortos pelas forças dos senhores da guerra apoiadas pela Inglaterra e EUA.

A equipe também inspecionou a prisão da Aliança do Norte em Shebargan em janeiro de 2002. “Haviam aproximadamente 3.000 sendo mantidos em condições esquálidas sob o controle de Dostum,’ disse Heffernan.

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