15.5.04

TV Realidade

Quando as forças americanas exigiram recentemente que uma equipe da TV árabe Al-Jazeera deixasse Falluja como condição para um cessar-fogo com a resistência loca, não foi surpresa no escritório central em Doha.

Desde que a “guerra contra o terror” começou, a Al-Jazeera se tornou um espinho para o Pentágono. “A minha solução é para mudar o canal,” disse esse mês em Bagdá o general-brigadeiro Mark Kimmit, “para um canal de notícias legítimo e honesto.” O canal que mostra americanos matando intencionalmente mulheres e crianças não é uma fonte legítima de notícias.”

A Al-Jazeera se tornou a rede de TV mais popular do Oriente Médio precisamente porque tem mostrado a carnificina humana que o exército americano deixa em seu rastro. Se ela se tornar um “canal de notícias legítimo e honesto” do tipo que rotineiramente censura as realidades das operações militares americanas, ela perderia sua audiência.


Democratizar o Oriente Médio pode ter sido o caso para a conquista do Iraque. Mas de fato os EUA estão agindo contra o florescimento de uma mídia livre no Oriente Médio, que a Al-Jazeera iniciou.


Arthur Neslen era até semana passada o correspondente da aljazeera.net em Londres

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