10.12.17

UM APELO URGENTE DOS JUDEUS DE TODO O MUNDO AO PRESIDENTE DONALD TRUMP



IMPORTANTE: Apresento agora uma tradução da carta endereçada ao Presidente Trump por um grupo de judeus ortodoxos que ainda conservam a doutrina judaica tradicional segundo a qual o estabelecimento de um Estado judaico em qualquer lugar do mundo está proibido por ordem divina até a volta do Messias (que a paz esteja com ele). Também eles sofrem na pele todos os dias a opressão do Estado sionista e a violência que eclodiu após o estabelecimento desse Estado ilegítimo. Este é mais um testemunho religioso tradicional e fidedigno acerca do estatuto prescrito por Deus para Jerusalém e para todos os lugares sagrados da Terra Santa até o retorno de Jesus (que a paz esteja com ele).
UM APELO URGENTE DOS JUDEUS DE TODO O MUNDO AO PRESIDENTE DONALD TRUMP
6 de dezembro de 2017
Caro Sr. Presidente,
Visto que o Sr. está considerando publicar uma declaração dos Estados Unidos a respeito da cidade de Jerusalém, permita que nós, da Neturei Karta International (NKI), lhe demos algumas informações sobre a posição judaica tradicional acerca do conflito israelense-palestino. A NKI representa judeus ortodoxos antissionistas e fiéis à nossa Torá que vivem espalhados pelo mundo inteiro, inclusive na Terra Santa e em Jerusalém.
O Sionismo, o movimento que criou o Estado de Israel, é completamente contrário à crença judaica tradicional. O judaísmo é a submissão ao Todo-Poderoso, ao passo que o Sionismo é sua transformação num nacionalismo. No que se refere à criação de um Estado judaico, desde a destruição do Templo, há 2000 anos, os judeus têm vivido exilados por decreto divino e são proibidos de constituir um Estado soberano próprio, de se rebelar contra qualquer nação e, evidentemente, de matar os outros ou tomar a terra de qualquer povo. Desde a época em que o movimento sionista foi criado, rabinos de todas as comunidades judaicas do mundo se manifestaram unanimemente contra ele.
Em julho de 1947, quando a Organização das Nações Unidas estava elaborando o Plano de Repartição da Palestina, o Rabino-Chefe de Jerusalém, Rabi Yosef Tzvi Dushinsky, compareceu e testemunhou perante o comitê da ONU, dizendo: “Quero expressar nossa mais firme oposição à criação de um Estado judaico em qualquer parte da Palestina.” Alguns meses depois, em 18 de novembro de 1947, ao perceber que a ONU realmente levaria adiante a recomendação para que se criasse um Estado judaico, ele enviou à organização um telegrama que dizia: “Nossa comunidade exige que Jerusalém seja uma zona internacional, sob a proteção de vocês, com plena autonomia, e que seus residentes sejam cidadãos livres da zona internacional de Jerusalém.” A ONU atendeu a esse pedido.
A criação do Estado de Israel provocou o sofrimento de palestinos e judeus. Os palestinos foram assassinados e expulsos de suas terras, e os que ficaram foram oprimidos e não têm os mesmos direitos que os cidadãos judeus. Do mesmo modo, a comunidade judaica original da Terra Santa, os judeus religiosos antissionistas, têm sido continuamente atacada e oprimida pelo governo israelense. O mais recente atentado à nossa liberdade é a tentativa do governo de obrigar nossos jovens de ambos os sexos a servir no exército, o que constitui uma rebelião direta contra o Todo-Poderoso.
Declarar que o coração da Terra Santa é a capital oficialmente reconhecida desse Estado ilegítimo é jogar sal numa ferida aberta; é amplificar a catástrofe sofrida pelo povo palestino e a dor sentida pelos judeus religiosos.
Por isso pedimos, Sr. Presidente, que, para o bem de todos os envolvidos, o Sr. repense a declaração planejada.
Oramos ao Todo-Poderoso pelo dia em que judeus e árabes possam mais uma vez viver em paz e harmonia, como vivemos por tantos séculos na Terra Santa antes da ocupação da Palestina.
Que possamos ver o dia em que toda a humanidade se unirá para servir a D’us de todo o coração. Amém.
Link para postagem original, em inglês:
Imagem: Placa, afixada a mando do Rabinato de Israel, na qual se lê que a entrada de qualquer judeu no Monte do Templo (onde hoje ficam a Cúpula Dourada e a Mesquita de al-Aqsa) é proibida pela lei judaica, pois, sendo desconhecida a antiga localização do Santo dos Santos, o judeu correria o risco de pisar inadvertidamente num local sagrado onde somente o Sumo Sacerdote poderia entrar.


Tradução de Marcelo Cipolla


8.12.17

CARTA DOS PATRIARCAS E CHEFES DE IGREJAS LOCAIS EM JERUSALÉM AO PRESIDENTE TRUMP



IMPORTANTE: Esta é uma tradução da carta endereçada ao Presidente Trump pelos líderes cristãos de Jerusalém. Convido todos, especialmente os cristãos que abraçam irrefletidamente o sionismo, a ponderar estas palavras escritas por homens de responsabilidade que conhecem de perto a situação de seus rebanhos e de todos os cristãos, judeus e muçulmanos que habitam Al-Quds, a Cidade Santa. Lembro aos cristãos que a palavra unificada de chefes de tantas igrejas diferentes e normalmente antagônicas pode ser tida como uma posição conciliar local a respeito deste assunto.

CARTA DOS PATRIARCAS E CHEFES DE IGREJAS LOCAIS EM JERUSALÉM AO PRESIDENTE TRUMP
Jerusalém, 6 de dezembro de 2017.
Caro Sr. Presidente,
Conhecemos muito bem e apreciamos a atenção especial que o Sr. vem dispensando nos últimos dias ao estatuto de Jerusalém. Acompanhamos atentos os acontecimentos e julgamos ser nosso dever endereçar esta carta a Sua Excelência.
Em 17 de julho de 2000, endereçamos carta semelhante aos líderes que se reuniram em Camp David para determinar o estatuto de Jerusalém. Com toda a cortesia, eles levaram nossa carta em consideração. Hoje, Sr. Presidente, confiamos em que também o Sr. levará em conta nosso ponto de vista sobre tema tão importante.
Nossa terra foi chamada a ser uma terra de paz: Jerusalém, a Cidade de Deus, é uma cidade de paz para nós e para o mundo inteiro. Infelizmente, contudo, nossa Terra Santa, e com ela a cidade santa de Jerusalém, é hoje uma terra de conflito.
Os que amam Jerusalém estão plenamente dispostos a torná-la uma terra e uma cidade de paz, vida e dignidade para todos os seus habitantes. As preces de todos os crentes que a ela acorrem — das três religiões e dos dois povos que pertencem a esta cidade — sobem a Deus e clamam por paz, como diz o Salmista: “Volta-te para nós, ó Deus Todo-Poderoso! Dos altos céus olha e vê!” (Sl 80.14) Inspira nossos governantes e preenche seus corações e mentes com justiça e paz!
Acompanhamos preocupados, Sr. Presidente, as reportagens acerca da possibilidade de modificar-se a maneira pela qual os Estados Unidos encaram o estatuto de Jerusalém e tratam a cidade. Temos certeza de que tais medidas, caso sejam tomadas, farão aumentar o ódio, o conflito, a violência e o sofrimento em Jerusalém e em toda a Terra Santa, afastando-nos ainda mais da meta da unidade e afundando-nos mais ainda numa divisão destrutiva. Rogamos, Sr. Presidente, que nos ajude a caminhar rumo ao incremento do amor e a uma paz definitiva, que não poderá ser alcançada sem que Jerusalém seja de todos.
Nosso solene conselho e súplica é que os Estados Unidos continuem a reconhecer o atual estatuto internacional de Jerusalém. Qualquer mudança brusca causaria um dano irreparável. Temos confiança em que, com o forte apoio de nossos amigos, israelenses e palestinos poderão trabalhar rumo à negociação de uma paz justa e sustentável, beneficiando a quantos anseiam que a Cidade Santa de Jerusalém cumpra seu destino.
A Cidade Santa poderá ser partilhada e gozada plenamente quando um processo político ajudar a libertar das condições de conflito e violência hoje vigentes os corações de todos os povos que nela habitam.
O Natal está às portas. Trata-se de uma festa de paz. Os anjos cantaram em nosso céu: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.” Rogamos que Jerusalém não seja privada da paz neste Natal vindouro; rogamos, Sr. Presidente, que nos ajude a ouvir o que cantam os anjos. Na qualidade de líderes cristãos de Jerusalém, o convidamos a caminhar conosco na esperança enquanto construímos uma paz justa e abrangente para todos os povos desta Cidade Santa, que não tem igual no mundo.
Com nossos melhores votos e nossos desejos de um Feliz Natal,
Os Patriarcas e Chefes de Igrejas em Jerusalém:
— Patriarca Teófilo III, Patriarcado Greco-Ortodoxo
— Patriarca Nourhan Manougian, Patriarcado Apostólico Ortodoxo Armênio
— Arcebispo Pierbattista Pizzaballa, Administrador Apostólico, Patriarcado Latino
— Ir. Francesco Patton, ofm, Custódio da Terra Santa
— Arcebispo Anba Antonious, Patriarcado Ortodoxo Copta, Jerusalém
— Arcebispo Swerios Malki Murad, Patriarcado Ortodoxo Sírio
— Arcebispo Aba Embakob, Patriarcado Ortodoxo Etíope
— Arcebispo Joseph-Jules Zerey, Patriarcado Católico Greco-Melquita
— Arcebispo Mosa El-Hage, Exarcato Patriarcal Maronita
— Arcebispo Suheil Dawani, Igreja Episcopal de Jerusalém e do Oriente Médio
— Bispo Munib Younan, Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e na Terra Santa
— Bispo Pierre Malki, Exarcato Patriarcal Sírio-Católico
— Monsenhor Georges Dankaye’, Exarcato Patriarcal Armênio Católico

Tradução de Marcelo Cipolla



21.10.17

A mulher e a espiritualidade no Islã


Palestra proferida no 1º Encontro de Mulheres Muçulmanas do Nordeste - Liberdade Além do Véu, realizado em 10/10/2017 na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa/PB.