IMPORTANTE: Apresento agora uma tradução da carta endereçada ao Presidente Trump por um grupo de judeus ortodoxos que ainda conservam a doutrina judaica tradicional segundo a qual o estabelecimento de um Estado judaico em qualquer lugar do mundo está proibido por ordem divina até a volta do Messias (que a paz esteja com ele). Também eles sofrem na pele todos os dias a opressão do Estado sionista e a violência que eclodiu após o estabelecimento desse Estado ilegítimo. Este é mais um testemunho religioso tradicional e fidedigno acerca do estatuto prescrito por Deus para Jerusalém e para todos os lugares sagrados da Terra Santa até o retorno de Jesus (que a paz esteja com ele).
UM APELO URGENTE DOS JUDEUS DE TODO O MUNDO AO PRESIDENTE DONALD TRUMP
6 de dezembro de 2017
Caro Sr. Presidente,
Visto que o Sr. está considerando publicar uma declaração dos Estados Unidos a respeito da cidade de Jerusalém, permita que nós, da Neturei Karta International (NKI), lhe demos algumas informações sobre a posição judaica tradicional acerca do conflito israelense-palestino. A NKI representa judeus ortodoxos antissionistas e fiéis à nossa Torá que vivem espalhados pelo mundo inteiro, inclusive na Terra Santa e em Jerusalém.
O Sionismo, o movimento que criou o Estado de Israel, é completamente contrário à crença judaica tradicional. O judaísmo é a submissão ao Todo-Poderoso, ao passo que o Sionismo é sua transformação num nacionalismo. No que se refere à criação de um Estado judaico, desde a destruição do Templo, há 2000 anos, os judeus têm vivido exilados por decreto divino e são proibidos de constituir um Estado soberano próprio, de se rebelar contra qualquer nação e, evidentemente, de matar os outros ou tomar a terra de qualquer povo. Desde a época em que o movimento sionista foi criado, rabinos de todas as comunidades judaicas do mundo se manifestaram unanimemente contra ele.
Em julho de 1947, quando a Organização das Nações Unidas estava elaborando o Plano de Repartição da Palestina, o Rabino-Chefe de Jerusalém, Rabi Yosef Tzvi Dushinsky, compareceu e testemunhou perante o comitê da ONU, dizendo: “Quero expressar nossa mais firme oposição à criação de um Estado judaico em qualquer parte da Palestina.” Alguns meses depois, em 18 de novembro de 1947, ao perceber que a ONU realmente levaria adiante a recomendação para que se criasse um Estado judaico, ele enviou à organização um telegrama que dizia: “Nossa comunidade exige que Jerusalém seja uma zona internacional, sob a proteção de vocês, com plena autonomia, e que seus residentes sejam cidadãos livres da zona internacional de Jerusalém.” A ONU atendeu a esse pedido.
A criação do Estado de Israel provocou o sofrimento de palestinos e judeus. Os palestinos foram assassinados e expulsos de suas terras, e os que ficaram foram oprimidos e não têm os mesmos direitos que os cidadãos judeus. Do mesmo modo, a comunidade judaica original da Terra Santa, os judeus religiosos antissionistas, têm sido continuamente atacada e oprimida pelo governo israelense. O mais recente atentado à nossa liberdade é a tentativa do governo de obrigar nossos jovens de ambos os sexos a servir no exército, o que constitui uma rebelião direta contra o Todo-Poderoso.
Declarar que o coração da Terra Santa é a capital oficialmente reconhecida desse Estado ilegítimo é jogar sal numa ferida aberta; é amplificar a catástrofe sofrida pelo povo palestino e a dor sentida pelos judeus religiosos.
Por isso pedimos, Sr. Presidente, que, para o bem de todos os envolvidos, o Sr. repense a declaração planejada.
Oramos ao Todo-Poderoso pelo dia em que judeus e árabes possam mais uma vez viver em paz e harmonia, como vivemos por tantos séculos na Terra Santa antes da ocupação da Palestina.
Que possamos ver o dia em que toda a humanidade se unirá para servir a D’us de todo o coração. Amém.
Link para postagem original, em inglês:
Imagem: Placa, afixada a mando do Rabinato de Israel, na qual se lê que a entrada de qualquer judeu no Monte do Templo (onde hoje ficam a Cúpula Dourada e a Mesquita de al-Aqsa) é proibida pela lei judaica, pois, sendo desconhecida a antiga localização do Santo dos Santos, o judeu correria o risco de pisar inadvertidamente num local sagrado onde somente o Sumo Sacerdote poderia entrar.