Abaixo estão trechos do artigo O DIÁLOGO EM TEMPOS DE FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO do teólogo Faustino Teixeira. O artigo inteiro, com suas notas de referências, fornece reflexões e informações muito interessantes e oportunas, e os trechos apresentados aqui visam somente a divulgação do artigo e não substituem a leitura do artigo completo:
[...O fundamentalismo é uma realidade recorrente nas religiões nos tempos modernos, surgindo sempre como uma reação aos problemas da modernidade. Com respeito ao contexto religioso, este termo foi aplicado pela primeira vez por volta da passagem do século XIX para o século XX, referindo-se a um movimento teológico de origem protestante. Este movimento nasce nos Estados Unidos como reação ao modernismo e liberalismo teológico, e assume como bandeira as idéias de inerrância bíblica, de escatologia milenista e anti-ecumenismo...
...Sobretudo após os episódios violentos de 11 de setembro de 2001, a questão do fundamentalismo foi muito enfatizada pelos diversos meios de comunicação. Há uma tendência na mídia ocidental, fortalecida após esta data, de identificar e/ou reduzir o fenômeno do fundamentalismo à questão islâmica. Trata-se na realidade de um grande equívoco. Na verdade, a tendência fundamentalista irá marcar presença no Islã bem mais tarde do que a verificada nas outras duas grandes tradições monoteístas, ou seja, o judaísmo e o cristianismo. Esta tendência irá ocorrer no Islã sobretudo por volta dos anos de 1960 e 1970, em reação ao enraizamento da cultura moderna em solo muçulmano...
...Não há como desconhecer a presença do fenômeno fundamentalista em curso no Islã. Mas seria incorreto e equivocado concluir que todo o Islã é fundamentalista, como afirmou ultimamente o historiador inglês Paul Johson. Na verdade, “a atual explosão integralista, nas suas várias formas e facetas, significa certamente um fenômeno profundo e preocupante mas claramente minoritário (e se espera não duradouro) da secular tensão entre tradição e modernidade, entre sabedoria divina e sabedoria humana que caracteriza o Islã desde suas origens". As formas mais “explosivas” e contundentes dos movimentos islamitas acabam prevalecendo e abafando a realidade mais ampla e complexa do fenômeno do Islã. A exigência de uma relativização não invalida a importância de um trabalho crítico e científico que deve ser feito em favor da compreensão da tradição islâmica para além das transgressões que ela sofreu ao longo da história. Não se pode, entretanto deixar de acentuar a difícil e dolorosa situação que vem provocando a insurgência e afirmação fundamentalista no Islã. Embora seja difícil diagnosticar com precisão as causas deste fundamentalismo, não há como negar sua realidade de “efeito objetivo de fatores cuja eliminação requer nada menos que uma correção de rumos na estrutura de nossa modernidade”.]
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[...O fundamentalismo é uma realidade recorrente nas religiões nos tempos modernos, surgindo sempre como uma reação aos problemas da modernidade. Com respeito ao contexto religioso, este termo foi aplicado pela primeira vez por volta da passagem do século XIX para o século XX, referindo-se a um movimento teológico de origem protestante. Este movimento nasce nos Estados Unidos como reação ao modernismo e liberalismo teológico, e assume como bandeira as idéias de inerrância bíblica, de escatologia milenista e anti-ecumenismo...
...Sobretudo após os episódios violentos de 11 de setembro de 2001, a questão do fundamentalismo foi muito enfatizada pelos diversos meios de comunicação. Há uma tendência na mídia ocidental, fortalecida após esta data, de identificar e/ou reduzir o fenômeno do fundamentalismo à questão islâmica. Trata-se na realidade de um grande equívoco. Na verdade, a tendência fundamentalista irá marcar presença no Islã bem mais tarde do que a verificada nas outras duas grandes tradições monoteístas, ou seja, o judaísmo e o cristianismo. Esta tendência irá ocorrer no Islã sobretudo por volta dos anos de 1960 e 1970, em reação ao enraizamento da cultura moderna em solo muçulmano...
...Não há como desconhecer a presença do fenômeno fundamentalista em curso no Islã. Mas seria incorreto e equivocado concluir que todo o Islã é fundamentalista, como afirmou ultimamente o historiador inglês Paul Johson. Na verdade, “a atual explosão integralista, nas suas várias formas e facetas, significa certamente um fenômeno profundo e preocupante mas claramente minoritário (e se espera não duradouro) da secular tensão entre tradição e modernidade, entre sabedoria divina e sabedoria humana que caracteriza o Islã desde suas origens". As formas mais “explosivas” e contundentes dos movimentos islamitas acabam prevalecendo e abafando a realidade mais ampla e complexa do fenômeno do Islã. A exigência de uma relativização não invalida a importância de um trabalho crítico e científico que deve ser feito em favor da compreensão da tradição islâmica para além das transgressões que ela sofreu ao longo da história. Não se pode, entretanto deixar de acentuar a difícil e dolorosa situação que vem provocando a insurgência e afirmação fundamentalista no Islã. Embora seja difícil diagnosticar com precisão as causas deste fundamentalismo, não há como negar sua realidade de “efeito objetivo de fatores cuja eliminação requer nada menos que uma correção de rumos na estrutura de nossa modernidade”.]
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