1.4.04

Diplomata Checheno Descreve Genocídio

Mais de 308.000 civis chechenos foram mortos na luta separatista que já dura uma década.

Em uma entrevista exclusiva com a Aljazeera.net o ministro do exterior no exílio disse que mais de 28% da população morreu em um país que tinha uma população de apenas um milhão.

Usman Ferzaouli acrescentou que era difícil compreender o silêncio do mundo sobre “um genocídio que matou mais de um quarto de todo o povo checheno.”

“Stalin pode ter sido brutal, mas pelo menos ele não nos matou como as 150.000 tropas russas atualmente estacionadas na Chechênia – “policiando” uma nação de menos de 710.000.”

Ferzaouli fez o seu comentário no começo de uma visita de dois dias ao Qatar.

Seu primeiro dever oficial era apresentar os seus respeitos à viúva de Salim Khan Yandarbiyev – o ex-presidente checheno que morreu em fevereiro quando uma bomba explodiu o seu carro depois da oração de sexta-feira.

A viúva de Yandarbiyev, Malika, disse à Aljazeera.net que o assassinato público do seu marido pela Rússia deve soar os alarmes na Europa.

“Se os russos podem fazer isso no Qatar, então eles certamente o Reino Unido e a Dinamarca devem considerar a possibilidade de carros explosivos matando representantes chechenos nas ruas de Londres e Copenhagen.

“O único ‘crime’ do meu marido foi não abrir mão da independência total. Ele nunca concordou qualquer forma de terrorismo – especialmente os ataques em Moscou – mas suportou uma luta legítima contra um poder colonial.”

Malika condenou a classificaçã de Moscou da luta chechena como ‘terrorismo’ – destacando que o exército russo matou milhares de mulheres e crianças.

Depois de visitar o túmulo de Yandarbiyev, o ministro do exterior disse que apreciava a forma como o Qatar estava lidando com o assassinato e que estava confiante de que a justiça seria feita.

Ele disse que conhecia o ex-presidente checheno por mais de 15 anos e que sempre foi “impressionado com sua integridade e visão.”

“Yandarbiyev era um grande homem. Ele era provavelmente a principal personalidade impulsionando a independência chechena.

“Embora ele não tenha dado entrevistas públicas no ano anterior à sua morte – seu único crime foi expressar a sua opinião de que o nosso país deveria ser livre.”

“Nas poucas missões diplomáticas nas quais ele se envolveu nos últimos três anos, a sua única mensagem para os países islâmicos e ocidentais foi ‘se vocês não nos ajudarem, pelo menos não sejam contra nós’”.

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