[20/04 - 07:00]
Documento vai possibilitar a criação de um vôo entre Dubai e o Rio de Janeiro pela Emirates Airlines. Em fase mais avançada estão as negociações para a inauguração de uma linha da Middle East Ailines entre Beirute e São Paulo. Outras duas companhias aéreas árabes também já manifestaram interesse em operar rotas para o Brasil.
Alexandre Rocha
São Paulo - Autoridades aeronáuticas brasileiras e dos Emirados Árabes Unidos vão se reunir em julho, no Brasil, para discutir a assinatura de um acordo aéreo que vai permitir a inauguração de vôos entre os dois países. Isso vai abrir caminho para que a Emirates Airlines opere uma rota entre Dubai, centro comercial dos Emirados, e o Rio de Janeiro. A informação foi dada ontem à ANBA por Sidney Costa, chefe de gabinete do ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia.
Se hoje não há nenhum vôo direto entre o Brasil e qualquer um dos países árabes, mais de um poderá surgir. Fora as negociações entre o governo brasileiro, as autoridades dos Emirados e a diretoria da Emirates, já está em fase mais avançada de negociação a criação de uma rota entre Beirute, no Líbano, e São Paulo, a ser operada pela companhia libanesa Middle East. Além disso, Costa acrescentou que outras duas companhias árabes já manifestaram interesse em operar vôos para o Brasil.
"Desde a visita do presidente Lula ao Oriente Médio surgiu o assunto da retomada de vôos", declarou Costa, referindo-se à visita que o presidente brasileiro fez a cinco países árabes em dezembro.
No caso da Emirates o contato até foi feito antes. "O interesse da Emirates foi manifestado em agosto do ano passado, quando eles fizeram um pedido para a criação do acordo aéreo entre os dois países", disse Costa.
Ele acrescentou que a diretoria da companhia afirmou que toda empresa aérea que queira ser realmente internacional não pode desprezar o Brasil, tanto do ponto de vista do turismo de entretenimento, quanto do "turismo de negócios".
A Emirates Airlines, sediada em Dubai, foi fundada em 1985 e hoje voa para mais de 70 destinos em 50 países da Europa, Oriente Médio, Extremo Oriente, África e Austrália.
Segundo Costa, "o fator condicionante" para a criação do vôo da Emirates "não é empresarial, mas governamental". Isso porque a partir do momento em que a companhia fez o pedido de acordo ela realmente tem interesse na rota, o que falta agora são os entendimentos entre as autoridades aeronáuticas. Ele espera que o documento seja assinado até o final do ano.
Um acordo aéreo tem que ser feito quando uma empresa de um país deseja operar vôos para outro, ele estabelece qual será a freqüência dos vôos, quais serão as escalas, quantas companhias vão atuar, entre outros aspectos.
Middle East
Costa acrescentou que a inauguração do vôo da Middle East entre Beirute e São Paulo será mais fácil do que o da Emirates, ou pelo menos mais rápida. Isso porque o Brasil e o Líbano já têm um acordo aéreo que precisará apenas de "alguns ajustes". Em visita ao Brasil em fevereiro, o presidente do Líbano, Émile Lahoud, confirmou que a linha aérea começaria a operar em pouco tempo.
A Middle East já teve uma rota para o Brasil, criada em 1995, mas ela foi cancelada três anos depois por falta de demanda. Segundo Costa, o vôo original fazia escala em Abidjan, capital da Costa do Marfim (África). A idéia agora é fazer uma escala em Paris, na França, o que deverá tornar a linha mais promissora do ponto de vista comercial.
Ele acrescentou que a empresa libanesa negocia com a brasileira TAM para que a rota seja feita por meio de um "código compartilhado", ou seja, a TAM ficaria responsável pelo trecho São Paulo-Paris e a Middle East pela perna Paris-Beirute. A reportagem da ANBA entrou em contato com a assessoria de imprensa da companhia brasileira para saber mais detalhes sobre o assunto, mas não obteve retorno até às 19h10.
Costa espera que o vôo para Beirute seja inaugurado até o final do ano. "É essa a nossa torcida", disse.
Outras
No caso das duas outras companhias de países árabes interessadas em operar vôos para o Brasil, Costa não quis dar mais detalhes, pois as negociações ainda estão no início.
Na semana passada o chanceler do Marrocos, Mohamed Benaïssa, visitou o Brasil, quando se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros Gilberto Gil (Cultura), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Celso Amorim (Relações Exteriores). Durante as conversas foi levantada a hipótese de criação de um vôo da Air Marroc ligando os dois países.
Fonte: ANBA