10 de Fevereiro de 2004
O Congresso Islâmico do Canadá se opõe veementemente a um novo projeto de lei federal que dará ao governo de Paul Martin o poder de multar os canadenses que assinarem canais de satélite estrangeiros, tais como a Al-Jazeerah.
O projeto de lei C-2 que deverá ser apresentado para uma segunda leitura no Parlamento no final desse mês, imporá uma multa máxima de $ 25.000 ou um ano de cadeia para os canadenses que forem pegos assinando canais estrangeiros através de empresas americanas, ou que importem os mesmos sinais instalando equipamentos divulgados pela Dish Network ou Direct TV. Ambas as empresas fornecem canais de TV em árabe, espanhol, russo, japonês, polonês, hindi e outros idiomas para um mercado que é muito pequeno para os empreendedores canadenses atenderem.
“Se os canadenses podem assinar revistas e jornais estrangeiros, por que o governo Martin quer puni-los por assinar canais de TV estrangeiros através de um distribuidor americano quando eles não estão disponíveis aqui?” questionou Dr. Mohamed Elmasry, presidente nacional do Congresso Islâmico Canadense. “O projeto de lei C-2 claramente vai contra os valores de liberdade de religião e expressão canadenses. É uma forma insidiosa de censura.”
É estimado que se o projeto de lei C-2 se tornar lei, mais de um milhão de famílias canadenses que assistem esses canais de TV para ficar em contato com suas culturas serão afetadas. Além dos centenas de milhares de canadenses do Oriente Médio que se sintonizam à Al-Jazeerah, muitas outras comunidades étnicas também irão sofrer. Entre elas estariam por exemplo mais de 140.000 canadenses de língua espanhola, de acordo com o Congresso Íbero-Americano do Canadá.
“Isso se equipara a abrir guerra contra o multiculturalismo canadense,” disse a vice-presidente nacional do Congresso Islâmico Canadense, Sra. Wahida Valiante. “Nós pedimos a todos os canadenses que se importam com a liberdade de religião e expressão nesse país para contatar seus parlamentares locais e urgi-los a parar esse projeto de lei.”
Matéria recebida pela mala direta do Montreal Muslim News Network