8.2.04

Primeira conferência de finanças islâmicas acontece em março, em Dubai

Da redação

São Paulo – A 1ª Conferência de Finanças Islâmicas (Firbc, na sigla em inglês) acontecerá nos dias 3 e 4 de março em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Segundo informações do jornal árabe Khaleej Times, o encontro recerá entre 250 e 300 representantes internacionais.

O evento é voltado para o segmento bancário de varejo. É a primeira vez que esse segmento é enfocado, afirmou o diretor da conferência Reza Adil.

Segundo Khaled Al Ghais, funcionário do banco Dresdner Kleinwort Wassertein, na Amelanha, há muito interesse nesse encontro, especialmente de bancos ocidentais, que começam a atuar no setor. Na Inglaterra, por exemplo, o primeiro banco islâmico deve começar a operar nos próximos meses.

Uma das principais diferenças do setor financeiro islâmico para o tradicional diz respeito aos juros. A lei islâmica, a Sharia, condena a cobrança de juros. Ou seja, os bancos não podem cobrar juros de empréstimos, nem remunerar fundos de investimentos renda fixa. O que acaba acontecendo é que essa remuneração, em vez de ser feita com base nas taxas de juros convencionais, é substituída por uma participação nos ganhos ou perdas que os bancos têm ao administrarem os recursos dos clientes.

A Sharia permite, porém, investimentos em ações, porque representam um ativo real. Mas há restrições: as aplicações só podem ser feitas em papéis de empresas que não ferem os princípios da religião islâmica. Bebidas alcoólicas e armas, por exemplo, ficam de fora.

O segmento tem se mostrado tão rentável que ultrapassou as fronteiras do Oriente Médio - há fundos de ações islâmicos sendo vendidos até mesmo nos Estados Unidos. Estima-se que o total de recursos islâmicos investidos em todo o mundo some cerca de US$ 260 bilhões.

Fonte: ANBA